Avaliação: Jaguar XF S
Versão topo de linha traz tecnologia de ponta, além de muita potência e performance
Lançada em 2007, a primeira geração do XF foi um marco para a Jaguar. Até então, todos os sedans da empresa britânica (então sob o controle da Ford) pareciam interpretar em diferentes tamanhos, o tema de estilo do grande XJ. Nesse momento a inspiração vinha do passado, caso clássico do S-Type. Assim, o XF trouxe uma nova filosofia de desenho, mais moderna e arrojada, caiu no gosto do público menos conservador. No Salão de Nova York em abril de 2015, chegou a segunda geração do XF. E o modelo chegou por aqui em Fevereiro de 2016. Hoje, são três versões disponíveis para o cliente: a Prestige equipada com moto r turbo 2,0 litros – quatro cilindros e com potência de 240 cv; a R-Sport com o mesmo moto r, porém visual mais esportivo, e a topo de gama “S” equipada com um exclusivo moto r V6 de 3 litros associado a um compressor mecânico que entrega expressivos 380 cavalos de potência (foco de nossa avaliação).
O sedan da Jaguar tem como concorrentes diretos, sedans grandes de categoria premium. Assim, potencial concorrentes são o Audi A6; BMW série 5; Mercedes-Benz Classe E até mesmo o Lexus ES 350. Não é a toa que o XF é um dos carros mais premiados da Jaguar. O XF acumula 163 prêmios ao redor do mundo. Apresentado como substitudo do Jaguar S-Type, o modelo revolucionou o design da Jaguar, e foi classificado por seu designer Ian Callun como um passo importante na história da marca.
Evoluções no XF de segunda geração
A atual geração do XF ficou até 190 kg mais leve que a primeira, principalmente pelo uso de alumínio, que chega a 75% da estrutura e dá rigidez até 28% maior, segundo a própria Jaguar. O restante em aço serve para balancear melhor a estrutura de mais de 1.600 kg, com distribuição de peso perto de 50% na dianteira e 50% na traseira, ideal para um comportamento dinâmico excelente.
O comprimento foi levemente reduzido (de 4,96 para 4,95 metros), mas a distância entre eixos ficou maior (de 2,90 para 2,96 metros), abrindo espaço para os passageiros do banco traseiro.
O novo visual dessa geração deixou o visual do XF mais definido, com redução de 0,29 para 0,26 no coeficiente aerodinâmico. Isso representa um dos menores coeficientes em resistência do ar, na categoria.
O atual visual confere um ar de cupê, à um veículo que é na verdade um sedan. Aliás, o XF traz elementos que deram certo no esportivo da marca, o F-Type. Isso também é visto no desenho das lanternas traseiras.
Motor e câmbio
A versão topo de gama S vem equipada com moto r 3.0 - V6 Supercharged, também utilizado no superesportivo F-TYPE. Trata-se de um moto r V6 da própria Jaguar com compressor mecânico. Ele usa a força mecânica do moto r, para gerar uma compressão do ar, diferente do turbo, que faz isso usando a passagem dos gases pelo escapamento. Esse moto r entrega generosos 380 cavalos de potência máxima, com expressivos 450 Nm de torque à 4.500 RPM. Outro aliado é a suave transmissão automática de 8 velocidades, com aletas para trocas manuais, caso haja necessidade.
Com esse conjunto debaixo do capô, a versão S é capaz de acelerar até 100 km/h em apenas 5,3 segundos, e atingir os 250 km/h de velocidade máxima, eletronicamente limitada.
Suspensão e sistemas complementares
Com componentes de alumínio, a suspensão dianteira mantém o esquema de braços sobrepostos, enquanto a traseira segue o conceito multibraço. Ou seja, na frente a suspensão é Double Wishbone, o mesmo sistema utilizado no F-TYPE. A direção agora tem assistência elétrica que melhora a precisão e dirigibilidade. Tudo isso garante um rodar sofisticado com respostas rápidas, proporcionando uma direção precisa aos comandos do moto rista.
O sistema de vetorização de torque é item de série, e eleva ainda mais o padrão da dirigibilidade, uma vez que garante um comportamento verdadeiramente dinâmico, por conta da tração traseira. Isso é um aliado para fazer curvas perfeitas. Aliás, o sistema veio do F-Type. Ele é parecido com o controle de estabilidade, mas atua apenas na distribuição de força para as rodas, não usando o sistema de freio.
O moto rista ainda conta com controle de tração, que pode ser desabilitado ou personalizado. São quatro modos disponíveis: Snow (baixa aderência), Standard, Eco (econômico) ou Dynamic (esportivo). O modo de condução também altera a resposta do volante, deixando ele mais pesado ou suave.
Tecnologia embarcada
O avançado sistema de entretrenimento inControl Touch Pro, topo de linha da marca britânica, está disponível como item de série nas versões R-Sport e S. Ele traz tela touchscreen de 10.2 polegadas, com fundo de tela totalmente customizável, sistema de navegação GPS e 10Gb de memória interna em que é possível o armazenamento de músicas e vídeos.
Junto com ele, o moto rista tem um painel de instrumentos virtual em que imagens nítidas do velocímetro, conta-giros, odômetro, marcador de combustível, entre outras são projetadas em uma tela TFT de 12,3 polegadas de alta resolução.
A navegação preditiva também é uma novidade do InControl Touch Pro. Com ela é possível selecionar um destino e o sistema alerta caso o veículo tenha combustível insuficiente para a viagem. Ele apresenta automaticamente postos de abastecimento no trecho do percurso e também opções de estacionamento.
Disponível também para o moto rista, está o head-up display. Ele usa tecnologia laser para projetar informações no para-brisa, como velocidade, marcha e infos do GPS, com objetivo do moto rista não tirar os olhos da estrada. É possível alterar a intensidade e a altura das informações no para-brisa.
Condução assistida
De série no modelo está o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) permite descansar as pernas do moto rista, com aceleração e frenagem automática, mantendo distância segura do carro da frente, quando o carro é utilizado na estrada.
Outro item muito interessante é o o assistente de faixa, que percebe se o carro está perdendo a direção, e corrige automaticamente a trajetória, quando é possível ver claramente as faixas na pista. Esse assistente de faixa mantém o carro dentro das faixas na pista, caso o moto rista solte o volante brevemente. O sistema é apenas auxiliar, então não é possível ficar muito tempo sem agir na direção.
Em algumas situações, ele demora para ler a faixa de segurança e, quando isso ocorre, a ação para corrigir a trajetória é mais bruta. Pode ser um bom aliado em casos de cansaço ou desatenção, mas nada de soltar o volante para ele ir sozinho.
A tecnologia do sistema All Surface Progress Control, equivalente a um piloto automático em baixa velocidade. Isso garante ao moto rista confiança e segurança na direção, freando o veículo automaticamente em situações emergenciais.
Sistema de som de altíssima qualidade
O modelo também traz de série em todas as versões o avançado sistema de som Meridian com 11 alto-falantes e 380W de potência, ou como opcional o sistema de som surround digital de 825W com 17 alto-falantes.
Dirigibilidade
A experiência ao volante do XF S impressiona. Tudo começa com excelente ajuste do banco, com todos os ajustes elétricos, incluindo até mesmo o ajuste do volante. Isso garante a melhor a posição de dirigir. O banco usa forração em couro Alcântara, o que garante ainda mais conforto.
O XF S com o poderoso moto r V6 de 380 cv não decepciona. Mesmo com porte de sedan grande e tração traseira, o XF se sai muito bem nas curvas mais rápidas e manobras evasivas. Tudo isso, sempre se valendo-se dos sistemas eletrônicos para manter a trajetória.
Nas conduções extremas, destacam-se os equipamentos emprestados do F-Type, principalmente o moto r V6 e a suspensão de primeiríssima liha. Para quem gosta de um pouco mais de emoção, o modo Sport deixa o moto rista se divertir sem trocar automaticamente a marcha, mesmo quando ela chega ao limite de rotações.
Mas se o objetivo for curtir a estrada, o XF S também consegue ser dócil e muito confortável. Em especial, ao se utilizar os sistemas de auxílio a condução.
Muitos equipamentos de série
Claro que o sedan XF é sempre muito equipado, mesmo na versão de entrada. De série, ele traz: faróis de xenônio, teto solar panorâmico, rodas de liga leve de 18 polegadas, bancos em couro, ar-condicionado digital de 2 zonas, central multimídia com GPS, sistema de som Meridian, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera de ré.
A versão R-Sport, que tem o mesmo conjunto mecânico do Prestige, acrescenta mais elementos estéticos e ajustes esportivos, como: para-choque dianteiro com grade em preto brilhante, aerofólio traseiro e saias laterais; bancos em couro de duas cores, pedaleiras esportivas e emblema R-Sport.
Já a versão S topo de linha, possui acabamentos no painel em fibra de carbono, soleiras de metal, pedaleira esportiva, rodas de liga leve de 19 polegadas com pinças de freio vermelhas, head-up display, assistente de estacionamento 360°, monitor de ponto cego, acesso e partida sem a necessidade de chave, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), fechamento das portas com sistema de sucção e som Meridian com 17 alto-falantes.
Mercado
Disponível em 20 opções de cores, o XF traz três completamente novas da versão 2017. Trata-se do azul Caesium, prata Gallium e preto Cosmic. O novo XF S possui tecnologia de ponta, muito conforto e muita esportividade. Fato indiscutível, é que ele se torna uma opção aos sedãs alemães, ainda mais por conta de sua modernidade.
As vendas da marca britânica no Brasil vêm crescendo. Em meio a um nicho bem restrito, o novo XF é peça fundamental para manter essa tendência.
Os preços disponíveis são os seguintes: Prestige - R$ 268.220; R-Sport - R$ 288.520 e a 3.0 V6 S – R$ 383.620.
Revista Comprecar
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