Chevrolet Cruze Sedan LTZ
Ainda vale a pena comprar esse modelo?!
Por Jorge Augusto
FOTOS: Marcelo Alexandre
Nos últimos meses, o segmento de sedans médios no Brasil, ficou bastante agitado. Com a chegada do novo Corolla, novo Sentra e a sutil mudança do Civic, um dos protagonistas do segmento começou a ser colocado de “lado” pelo mercado. O Chevrolet Cruze acabou despencando nas vendas. Mas fica a dúvida: será que o Cruze está tão ruim assim na categoria?! Essa matéria do Comprecar tem justamente o objetivo de trazer alguns importantes fatos sobre o modelo em questão.
A última mexida que a GM promoveu no veículo, foi em Setembro de 2013. Na ocasião, o Cruze sedan passou a contar com uma atualização no sistema de multimídia MyLink. Destaque para o reconhecimento do usuário pela voz (em português do Brasil) para acessar informações. E também ganhou uma nova cor, a Cinza Mond. Fato que as mudanças foram pequenas. Mas e o carro, ainda é uma boa opção para quem procura um sedan? Nessa matéria, avaliamos a versão topo de linha LTZ.
A primeira coisa a ser observada no Cruze LTZ é o fato do carro vir verdadeiramente completo de fábrica. Nada é opcional no veículo. Poucas pessoas dão importância a isso, mas esse fato é decisivo no valor do carro, na revenda. Isso acontece pois as tabelas de usados são montadas tendo como base a versão de entrada. Então, quando o cliente compra um carro com todos os opcionais, os mesmos não são levados em conta pela tabela, na hora da revenda. No caso do Cruze LTZ, isso não acontece, pois é (e sempre foi) tudo de série.
Outro detalhe que precisa ser observado é o pacote de equipamentos que o carro traz de fábrica. Todas as versões, inclusive a básica LT vem de fábrica com o controle eletrônico de estabilidade (LT e LTZ). O novo Corolla recém-lançado, não oferece esse equipamento nem na versão topo de linha Altis. É importante destacar que o ESP pode ser a diferença entre o “grave acidente” e o “não acidente”. Como exemplo, pode-se imaginar a situação onde o carro perdendo a trajetória numa curva molhada, em estrada de mão dupla. Num carro com ESP, a chance disso acontecer diminui expressivamente. Outro exemplo é a tentativa de desviar de um cachorro, também em piso molhado, com velocidade elevada. Soma-se a segurança do carro os seis air bags (frontais, laterais e de cortina para moto rista e passageiro) e cintos de três pontos em todos os assentos.
Mas o Cruze reserva outros interessantes equipamentos, como o desembaçador do espelho retrovisor lateral (LTZ) e o sistema automático de controle de qualidade do ar (AQS – “Air Quality System”). Esse último fecha e abre a renovação do ar automaticamente, evitando que o interior do carro fique embaçado.
Outro equipamento que ajuda na comodidade é o PEPS (Passive Entry e Passive Start). Com ele é possível destravar as portas e ligar o carro, sem precisar tirar a chave do bolso. Também é possível trancar o carro simplesmente aproximando a mão de uma determinada região da maçaneta. Nem todas as versões topo de linha dos concorrentes, oferecem tal recurso. Os mais atentos vão notar também o ajuste elétrico de altura do facho do farol, que nenhum concorrente oferece hoje.
Certamente, um grande diferencial do carro é justamente sua avançada central multimedia. Essa central conta com interessantes características, como: tela touch screen de sete polegadas, CD player compatível com MP3, entrada USB, entrada auxiliar P2, conexão Bluetooth completa (viva-voz e reprodução de música digital sem fios), visualizador de fotos, navegador GPS e amplo reconhecimento de voz. Apenas falando com a central, o usuário pode interagir com a agenda e realizar ligações telefônicas, como também dar ordens para a navegação, e controle das funções do áudio. E tudo isso em português do Brasil.
É um fato que o sistema MyLink se destaca por uma interface verdadeiramente intuitiva e de fácil navegação. O usuário pode escolher usar as teclas cursoras do rádio, ou fazer uso da tela touch screen. E as funções se estendem à configurações do carro, como o destravamento re moto das portas, iluminação e o volume de áudio compensado pela velocidade.
A grande funcionalidade da central pode ser vista na navegação GPS. Além de gráficos de boa qualidade, a central é ágil na operação. Concorrentes como Corolla e Civic, trazem centrais mais lentas no processamento. No Cruze, um Zoom In ou Zoom Out, é realizado quase que instantaneamente. As instruções de navegação também são claras. Aliás, antes mesmo de começar a navegar, o sistema exibe um sumário que permite mudar configurações do trajeto, como percurso mais curto, rápido ou ecológico. A base de dados contida na central também é bastante ampla, com informações de bares, restaurantes, centros de compra, locais turísticos e postos de gasolina. E quando o tanque entra na reserva, a central pergunta automaticamente se o moto rista que conduzir até o posto mais próximo. Por fim, quando o trajeto é estabelecido, a central auxilia com ilustrações gráficas ampliadas, manobras mais complicadas, como quando o carro se aproxima de uma “trifurcação” e o moto rista precisa pegar a saído do meio.
Motor e câmbio
Talvez esse seja um dos pontos que precisam ser revistos rapidamente pela GM. O Cruze vem equipado com um moto r da família Ecotec 1,8 litro – 16 válvulas. É verdade que ele conta com recursos tecnológicos importantes como cabeçote com duplo comando de válvulas continuamente variável (Dual CVVT), com variação do tempo de abertura das válvulas de admissão e de escape. Traz ainda coletor de admissão variável, que ajuda nas respostas do moto r. E o cabeçote e o cárter são feitos em alumínio.
Com essa configuração, o moto r entrega 144 cavalos quando abastecido com etanol e 140 com gasolina, a 6.300 rpm. O torque máximo é de 18,9 kgfm e aparece nas 3.800 rpm. Com gasolina, o torque é de 17,8 kgfm, na mesma rotação. Pode-se destacar que 90% do torque já estão disponíveis a partir da faixa de 2.200 rpm.
Junto com esse câmbio, está associado um câmbio automático de seis marchas. Aliás, a GM foi uma das primeiras à utilizar 6 marchas na categoria, no mercado brasileiro.
Mesmo com tudo isso, o desempenho do Cruze hoje, frente aos concorrentes, é apenas mediano. Sua melhor aceleração de 0 à 100 km/h acontece em 11,4 segundos. E a velocidade máxima é de 197 km/h. Considerando a categoria, o desempenho é apenas razoável. Isso porque, a GM insiste em usar um moto r 1,8 litro, quando praticamente todos os concorrentes estão com moto r 2 litros. Outro senão é o fato da GM não participar voluntariamente do programa de etiquetagem do INMETRO. Assim, não dá para saber qual etiqueta que o carro teria e como seria o consumo, frente aos concorrentes. De qualquer forma, o conjunto moto r e câmbio apresenta boa consistência mecânica, não sendo problemático no longo prazo.
Dirigibilidade
Se o desempenho não empolga tanto, a dirigibilidade agrada bastante. O Cruze é o um modelo com excelente ergonomia a bordo. O banco é confortável, o volante bastante leve, e os ajustes de coluna de direção e altura do banco permitem uma postura muito agradável. Além disso, o Cruze traz um conjunto de suspensão na medida certa para as condições brasileiras. O carro não é tão “mole” como Corolla, ou tão duro como Peugeot 408 ou Civic. Dessa forma, ele encara com certa tranquilidade a buraqueira nacional, sem prejudicar o conforto ou parecer instável em curvas exageradas.
Algumas questões
Falta, entretanto, um isolamento acústico mais elaborado para isolar o ruído do moto r em acelerações mais fortes. Mas de resto, o carro entrega bom nível de conforto.
Outro senão do carro, é o uso do inconveniente estepe temporário. Com medida bem diferente do pneu de rodagem, esse estepe só pode ser usado com velocidade limitada a 80 km/h, e altera consideravelmente a dirigibilidade do carro. Ainda se esse estepe tivesse contribuído expressivamente para o espaço no porta-malas, se justificaria. Mas o Cruze oferece 450 litros no compartimento, o que corresponde à média da categoria.
Falta ainda ao modelo mais sofisticação, como: a opção de faróis com xênon, ar-condicionado digital de dupla zona, banco do moto rista com ajustes elétricos, além de outros equipamentos encontrados em concorrentes diretos.
Preço e mercado
O preço sugerido do carro com pintura metálica é de R$ 87 mil. Porém, é possível encontrar Cruze LTZ em algumas concessionárias, com algum desconto. Fato que o Cruze não é um carro barato. Mas também não é o mais caro da categoria.
Segundo Marçal Nunes, diretor da Chevrolet Dahruj Campinas, o cliente do Cruze é bastante fiel ao produto. No geral, ele troca um Cruze por outro Cruze. Isso porque nessa categoria de carro, o perfil médio é de pessoas conservadoras que não gostam de ficar arriscando produtos de outras marcas. Mesmo com um segmento altamente competitivo, a Dahruj Campinas vende em média 100 Chevrolet Cruze por mês. Ainda segundo Nunes, a Chevrolet tem cerca de 20% do share de mercado, na cidade de Campinas. O gerente ainda comenta que seus clientes, quando fazem algum tipo de crítica ao Cruze (das poucas que são feitas), reclamam apenas da falta do farol de xenon e da ausência das borboletas atrás do volante para a troca de marcha. De resto, Nunes afirma que o cliente do Cruze está muito satisfeito com o carro.
Que o carro precisa de uma atualização, ninguém dúvida. Existem rumores sobre a mudança do modelo ainda esse ano, e para o salão do automóvel de 2014. Mas a GM desmente a informação. O modelo atual pode ser uma boa opção de compra, se o cliente encontrar o carro com um substancial desconto, ou ter o seu usado bem valorizado na troca.
Revista Comprecar
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