Como dirigir com câmbio robotizado/automatizado
Você sabe como tirar o melhor do seu carro com câmbio robotizado/automatizado?
Por Jorge Augusto
Fotos: Marcelo Alexandre
Pouca gente imagina a importância que o câmbio tem num automóvel. Ele é o responsável por transferir a força do motor para as rodas. Assim, escolher o tipo de câmbio certo no carro, pode melhorar bastante o conforto, como também reduzir os custos com manutenção ou combustível. Todo mundo já viu (ou dirigiu) um carro com câmbio manual. Esse é justamente o mais popular e frequente nos carros. Outra opção de câmbio é o tradicional automático, geralmente encontrado em carros importados ou de alta gama. Outra opção que vem ganhando espaço no mercado são os câmbios robotizados (ou automatizados). Esses sistemas são um passo intermediário entre o câmbio manual e o câmbio automático. Mas muitas pessoas os confundem com os câmbios automáticos. Nesse artigo vamos explicar as diferenças e como tirar o melhor do seu câmbio robotizado.
O que é câmbio robotizado (ou automatizado)
A primeira coisa a saber, é que esse tipo de câmbio nada mais é do que um câmbio manual convencional, com sistemas que automatizam o acionamento da embreagem, e fazem a seleção da marcha automaticamente. É muito importante não confundir esse tipo de câmbio com o automático, ainda que algumas empresas, lojas e vendedores gostem de afirmar isso de maneira “mal intencionada”.
O câmbio robotizado surgiu como uma inteligente solução para proporcionar parte da comodidade do câmbio automático, sem aumentar consideravelmente os custos de implementação e manutenção, mantendo a vantagem da economia e praticamente a mesma performance de um câmbio manual.
A história
O câmbio robotizado é uma evolução da embreagem automática que surgiu no final da década de 90. Alguns fabricantes como Ford, Chevrolet e a Mercedes-Benz (com a primeira geração do Classe A) usaram essa tecnologia nos carros mais acessíveis das respectivas marcas. Assim, o carro não tinha o pedal da embreagem, mas a seleção da marcha era feita da mesma forma que no câmbio manual. No início dos anos 2000, o sistema evoluiu para o formato que temos hoje de câmbio robotizado. As principais empresas a utilizarem esse sistema são a Fiat (com o Dualogic e GSR) e a Volkswagen (com o iMotion). A Chevrolet também usou de maneira mais discreta, chamando de Easytronic. Mais recentemente, a Renault lançou sua solução de câmbio robotizado no Sandero com o Easy’R.
Como funciona o robotizado
O câmbio robotizado é um tipo de “meia solução”. Ele não tem (e nunca terá), o mesmo conforto do câmbio automático tradicional. Muitos motoristas reclamam do “tranco” que existe na troca das marchas. E isso acontece pois o sistema robotizado precisa acionar a embreagem para desengatar a marcha usada, e engatar a próxima, exatamente como uma pessoa faz no câmbio manual. Então o sistema robotizado precisa desengatar a marcha acionando a embreagem, cortando o acelerador, fazendo a troca da marcha e liberando a embreagem. Tudo isso, precisa ser feito automaticamente através de sistemas eletro-hidráulicos.
Pra que serve o câmbio robotizado
O câmbio robotizado consegue ser uma grande solução para a maioria das pessoas. No trânsito pesado das grandes cidades, ele ajuda (e muito) na condução, efetuando todas as trocas de marcha. Além disso, o câmbio robotizado ajuda na economia de combustível e na durabilidade do sistema de embreagem do carro. Como é o computador que efetua as trocas, ele sabe o melhor momento de fazer isso. Então, o câmbio robotizado faz melhor que o motorista. Ele não deixa o giro subir demasiadamente, economizando combustível. Além disso, a troca é efetuada sem “queimar” a embreagem.
Alguns dirigem com o pé sobre o pedal da embreagem, ou também efetuam trocas de marcha mantendo o giro elevado entra as passagens. Tudo isso desgasta a embreagem prematuramente. No câmbio automatizado, esses erros nunca ocorrem.
Além disso, o câmbio robotizado custa entre R$ 2,5 à 3,5 mil à mais em relação ao câmbio manual. Um câmbio automático, por mais barato que seja, não sai por menos de R$ 5 mil. Em alguns casos é um opcional que pode chegar à 10 mil ou mais.
Como dirigir melhor o câmbio robotizado
Muitos motoristas reclamam do tal “tranco” que aparece no momento das trocas de marchas. Isso acontece pois o sistema robotizado precisa “interromper” o funcionamento do acelerador enquanto executa essa operação. No câmbio manual não existe esse tranco, pois o motorista sempre retira o pé do acelerador no momento em que pisa na embreagem para realizar a troca de marcha. Afinal, se não aliviar o acelerador no momento da troca no câmbio manual, o tranco será muito maior.
Então existem duas interessantes dicas para aproveitar melhor o câmbio robotizado. A primeira vai depender da sensibilidade do pé. Dirigindo o carro no modo automático, o motorista pode reduzir o “tal tranco” retirando o pé do acelerador no exato momento que percebe a troca da marcha. Isso é bem rápido, e exige certa atenção. Isso também funciona melhor durante as trocas das três primeiras marchas, não sendo necessário esse procedimento na quarta e quinta marcha.
A outra dica é para quem gosta de curtir uma condução mais esportiva. Para isso é preciso colocar o câmbio no modo manual. Assim o motorista terá de realizar as trocas das marchas manualmente, através da alavanca do câmbio robotizado. Alguns modelos trazem as borboletas de seleção atrás do volante (tanto modelos da Fiat com Dualogic/GSR, como da Volkswagen com o I-Motion) que deixa a coisa ainda mais divertida. O mais importante nisso tudo, é sempre retirar completamente o pé do acelerador, na hora que for efetuar a troca da marcha. Isso eliminará completamente a sensação do tranco, além de deixar o câmbio robotizado praticamente com a mesma eficiência do câmbio manual.
Revista Comprecar
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